Governo Temer não perde tempo e inicia 2018 com articulações pela Reforma da Previdência

Mesmo em tratamento médico por problemas de saúde, Michel Temer (MDB) iniciou a primeira semana do ano com articulações a todo o vapor para aprovar a Reforma da Previdência. A agenda inclui reuniões com o presidente da Câmara, ministros e deputados.

A votação da reforma, que acaba com o direito à aposentadoria dos brasileiros, foi marcada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para o dia 19 de fevereiro, logo após o Carnaval. Até lá, o governo já mostrou que fará de tudo pela busca dos votos necessários para aprovar a medida que é a principal exigência dos setores financeiros e empresariais do país.

O balcão de negócios está aberto e o governo está comprando votos tão descaradamente, que as declarações do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), que admitiu no final do ano que o governo está condicionando a liberação de recursos em bancos públicos em troca de votos a favor da reforma, só trouxe à tona a prática imoral que Temer tem usado para aprovar suas medidas.

“Financiamentos da Caixa Econômica Federal são ações de governo. Se não, o governador poderia tomar esse financiamento no Bradesco, poderia tomar não sei onde. Obviamente, se são na Caixa Econômica, no Banco do Brasil, no BNDES, são ações de governo. E, nesse sentido, entendemos que deve, sim, ser discutida com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão de vida ou morte para o Brasil”, afirmou o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto no dia 26 de dezembro.

O Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), que reúne 29 das mais influentes entidades do funcionalismo, protocolou nesta quarta-feira (3) uma representação pedindo sanções contra Marun, na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. O líder da tropa de choque de Temer e aliado do deputado preso Eduardo Cunha, também é alvo de denúncia na Procuradoria Geral da República.

Construir desde já um calendário de luta rumo à Greve Geral

As centrais sindicais já aprovaram conjuntamente que se o governo Temer colocar a reforma para votar, o Brasil vai parar. Para isso, a CSP-Conlutas defende que é preciso organizar a resistência desde já.

“O governo não descansa um minuto, pois quer aprovar a qualquer custo essa reforma. Não podemos baixar a guarda e, passadas as festas de fim de ano, cabe às direções das centrais e sindicatos começarem a organizar a resistência. Precisamos construir um calendário de mobilizações rumo à construção de uma forte Greve Geral que pare o país”, afirmou o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes.

“É preciso construir imediatamente um amplo processo de discussão nas bases, realizando assembleias, reuniões e plenárias nos estados, e repercutir em todos os meios de comunicação o que está em jogo neste momento, ou seja, o fim da aposentadoria”, disse.

Para explicar a nova investida do governo em relação à reforma da previdência, a CSP-Conlutas vai produzir vídeos e amplo material de propaganda impresso e nas redes sociais para esclarecer os efeitos nocivos desse projeto.

CSP-Conlutas

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