Bolsonaro corta R$ 12,6 milhões do orçamento do IFAL

Universidades e Institutos Federais sofreram bloqueio de 30%

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O Instituto Federal de Alagoas, através da portaria nº 1235/GR, do dia 30 de abril, orientou a contenção de gastos na instituição pretendendo economizar R$ 12,6 milhões e se adequar no corte de R$ 5,8 bilhões do orçamento do MEC realizado pelo governo Bolsonaro.

+++ Bolsonaro corta R$ 5,83 bilhões do orçamento da Educação

O reitor Sérgio Teixeira, em sua portaria, afirma autorizar apenas a “realização de despesas estritamente necessárias ao funcionamento e a manutenção das atividades acadêmicas”. Ele suspendeu eventos integradores; visitas técnicas com necessidade de pernoite e a participação de servidores e alunos em eventos, como congressos e capacitações; e orientou que fossem tomadas medidas para economia de água, energia elétrica, combustível e telefonia.

A previsão de R$ 12,6 milhões é referente a 25% do orçamento recebido pelo IFAL. Ela segue a percentagem do decreto nº 9.741, do dia 29 de março, que reduziu em ¼ o orçamento da pasta, passando de R$ 24.640.368 para R$ 18.806.861.

Entretanto, como anunciado pelo secretário de Educação Superior do Ministério, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, no dia 30 de abril, e confirmado, em nota, pelo MEC, o corte deve ser maior para as Universidades e Institutos Federais.

Essa decisão foi tomada após a repercussão negativa do Governo ter bloqueado em 30% o orçamento  Unb, UFBA e UFF, como retaliação de terem permitido atividades políticas em seus câmpus, classificadas pelo ministro Abraham Weintraub como “balbúrdia”. Segundo o MEC, o bloqueio de 30% será uniforme para todas a rede federal inclui mais de 60 universidades e quase 40 institutos em todos os estados do Brasil.

Para o presidente do Sintietfal, esse bloqueio é um vexame para o país. “Precisamos ocupar as ruas imediatamente em defesa da educação pública. O governo cortou 30% dos orçamentos das Universidades e Institutos Federais. Isso é um vexame, uma vergonha!”, convocou Hugo Brandão, presidente do Sintietfal.

Chantagem

O Governo, além de cortar verbas, coloca a aposentadoria e a educação infantil como moeda de troca para desbloquear o recurso da educação superior. Segundo Arnaldo Barbosa de Lima Junior, os cortes podem ser revistos no segundo semestre, caso a Reforma da Previdência seja aprovada e o cenário econômico do país evolua.

“A gente espera que, se a Reforma da Previdência for aprovada, a gente tenha um cenário positivo na economia, que reflete um reforço de arrecadação. Daí a gente pode ter uma folga no orçamento das universidades, caso seja identificado no segundo semestre”, afirmou o secretário do Ensino Superior do MEC.

Da mesma forma o ministro da educação, tentou justificar o corte afirmando a possibilidade de construir creches. “Para cada aluno de graduação que eu coloco na faculdade, eu poderia trazer dez crianças para uma creche. Crianças que geralmente são mais humildes, mais pobres, mais carentes, e que, hoje, não têm creches para elas. O que você faria no meu lugar?”, afirmou Weintraub.

Para Hugo Brandão, a classe trabalhadora não pode acreditar nesse governo que quer retirar o dinheiro da educação e a aposentadoria dos trabalhadores em benefício apenas dos banqueiros.

“É uma grande mentira dizer que vai tirar das universidades para construir creches. É o mesmo tipo de mentira de dizer que vai cobrar a bagagem para diminuir a passagem aérea, vamos fazer a reforma trabalhista para gerar mais empregos. Precisamos ir às ruas, parar o Brasil com um grande pacto em defesa da educação pública”, completou Brandão.

Um Comentário em “Bolsonaro corta R$ 12,6 milhões do orçamento do IFAL

Jonas Cleiton
3 de maio de 2019 em 08:00

Excelente notícia !!!!!!

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