Reestruturação: Conselho cede, limita EAD e discute possibilidade de aulas de 45 minutos

Reunião do CEPE apreciou pedido do Sintietfal de revisão da deliberação nº 34

Em reunião realizada nesta terça-feira (18), o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão do Ifal se mostrou flexível e voltou atrás de pontos polêmicos da reestruturação do médio integrado.

De acordo com o deliberado, a questionada oferta de Educação a Distância no Ensino Médio não poderá mais ter componente curricular com a totalidade de sua carga horária sendo ofertada de maneira não presencial. Além disso, a possibilidade de aulas de 45 minutos para evitar o contraturno deverá ter sua viabilidade avaliada na reunião do Conselho Superior.

O CEPE apreciou a solicitação do Sintietfal de revisão e suspensão da deliberação nº 34, que define as diretrizes institucionais para os cursos técnicos integrados. O pedido de suspensão da normativa até a apreciação do Consup foi rejeitado. Entretanto, a matéria foi revista e será apreciada pelo conselho máximo do Ifal já nesta sexta-feira, 20 de setembro.

Para o Sintietfal, a reunião do CEPE representou um avanço com relação à proposta inicial da reitoria. “Somos totalmente contra a EAD no Ensino Médio, mas já é um avanço a retirada de um componente curricular inteiro na modalidade não presencial. Além disso, a reitoria admitiu a possibilidade de negociar alternativas ao contraturno e debater no Consup as aulas de 45 minutos”, afirmou o diretor do Sintietfal, Ederson Matsumoto, o Japa.

EAD

Já em seu voto inicial, o relator da matéria, Augusto César, propôs retirar o termo “ou em sua totalidade” do §2 artigo 23 do CEPE, que trata sobre Educação a Distância. Utilizou, entretanto, a LDB e a resolução 6/2012 para defender a modalidade com limite de até 20% do projeto pedagógico curricular.

Opostos à formação, mesmo que parcial, de estudantes do ensino médio com atividades não presenciais, diversos/as servidores/as não pouparam críticas ao voto do relator.

“Mesmo estando na legislação, implementar a EAD é uma decisão política pedagógica. Muitas vezes a gente acha que está adequando a nossa instituição e, na verdade, está levando ela para o Future-se. Reestruturação é uma palavra bonita para um caminho de destruição do ensino integrado e do Instituto Federal tal qual conhecemos”, apontou Flávio Veiga, que aproveitou para fazer defesa contra a proposta de mercantilização da educação prevista pelo Future-se.

Já Elizabete Patriota qualificou como “infeliz” o voto do relator pela manutenção de atividades não presenciais. “Nossos alunos ainda são considerados pessoas em desenvolvimento e precisa sim da presença viva do educador. A implementação da EAD coloca em jogo também o emprego do professor, diante desse governo nefasto”, afirmou a pedagoga.

Contaturno

O Sintietfal e a pedagoga Vânia Galdino demonstraram a viabilidade de aumentar em 15 minutos o horário de aulas, adotando a composição de sete aulas de 45 minutos durante três anos com 203 dias letivos, para evitar o prejuízo de fazer com que os estudantes tenham que estudar em dois horários, um ou dois dias no curso.

O principal argumento oposto ao prolongamento do horário de aulas foi o transporte escolar das cidades do interior. Mas, para a diretora do Sintietfal, Elaine Lima, “a questão do contaturno é mais problemática do que resolver transporte junto aos municípios”.

“Tem que ser levada em consideração a questão dos transportes, mas o Instituto deve pleitear isso nos municípios, temos gabarito para isso. Isso é mais fácil do que ter o conta turno. Estamos passando por um momento de que até o valor das bolsas foram diminuídos”, disse a professora.

A diretora de políticas estudantis do Ifal, Emanuelle Teixeira, considerou importante estudar alternativas com aulas de 45 minutos para que o turno da manhã, por exemplo, não termine depois de meio-dia. “O problema não são as aulas de 45 minutos e sim o término de 12h35. O contaturno também é difícil”, disse a diretora.

Além da alternativa de sete aulas por turno, foi avaliada a proposta de ter seis aulas de 45 minutos, como forma de ampliar a diversidade de disciplinas e finalizar as aulas antes das 12h, pela manhã, e das 17h, pela tarde. Essa nova proposta, entretanto, implica na existência de contaturno.

O Reitor Carlos Guedes se mostrou disposto a avaliar a proposta de aulas de 45 minutos e levá-la para votação na reunião do Conselho Superior, marcada para esta sexta-feira, 20 de setembro.

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