Ensino remoto no Ifal é tema de debates no Colégio de Dirigentes

Sintietfal participou da reunião como observador. Entidade tem posição contrária ao ensino remoto

O Colégio de Dirigentes do Ifal, órgão que congrega o reitor e os/as diretores/as de câmpus, teve um caloroso debate nesta quinta-feira, 09 de julho, sobre a retomada do calendário acadêmico na instituição através do ensino remoto.

O presidente do Sintietfal, Hugo Brandão, esteve presente na reunião na condição de observador. O Sintietfal tem posição contrária, aprovada em assembleia, ao ensino a distância no formato proposto pelo governo, que pretende substituir e precarizar o ensino presencial.

“É desumano e desonesto com os estudantes que não tem condições de participarem dessas aulas, a gente já vai começar o ensino-aprendizagem marginalizando esses estudantes, cortando deles um direito essencial, que é o direito a educação pública, gratuita e de qualidade”, afirmou o sindicalista.

Segundo o presidente do Sintietfal, diretores/as do Câmpus Maceió, Maragogi, Palmeira dos Índios, Murici, Satuba e a representante da direção do câmpus Viçosa também se colocaram contrários a possibilidade de retorno sem a garantia de uma educação de qualidade acessível a todos os estudantes.

Para Brandão, o Ifal não pode deixar qualquer aluno para trás. “Não dá para pensar a educação remota, de forma assolada, por pressão externa de quem tem internet sem levar em consideração a vulnerabilidade de nossos estudantes. Queremos voltar, sim. Todo mundo está extremamente angustiado de estar preso em suas residências. Mas não fomos nós que escolhemos. É um momento crítico da história da humanidade. É um momento crítico em que estamos contando nossos mortos, onde muitas das nossas famílias de nossos servidores e alunos estão de luto”, completou.

Em vídeo gravado logo após a reunião, o presidente do Sintietfal explicou que a posição da reitoria, defendida pela pró-reitora de Ensino, Cledilma Costa, foi de retorno às atividades acadêmicas de forma remota, paulatina e escalonada. Começando com o último ano dos cursos em um mês de experiência para a avaliação da instituição.

Essa proposta ficou de ser avaliada de maneira mais específica pelos diretores, na próxima reunião do colégio de dirigentes. “A gente pode até voltar de forma remota, mas tem que debater mais. Não dá para ser de forma assolada e, inclusive, desumana. Quando nós vamos voltar sem levar em consideração as condições reais e materiais de nossos estudantes e de nossos professores, que boa parte deles não tem formação para atuar nessas plataformas de ensino”, apresentou Hugo demonstrando que não é um tema tão simples.

Uma das questões que preocupa o Sintietfal é falta de acesso à internet de qualidade para os/as estudantes. “Boa parte de nossos discentes são da zona rural, local onde 50% das residências não tem acesso à internet. Vamos pensar em quem tem acesso a internet. Que tipo de internet é essa? É um tipo de internet precarizada, internet de chip, internet móvel. Não dá para assistir uma aula, para ficar na plataforma, porque vai acabar os créditos”, explicou o presidente do Sintietfal.

Ele criticou duramente ainda a posição de alguns diretores de câmpus que parecem não estar preocupados com o conjunto de seus alunos.

 

 

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Repasse da reunião de colégio dirigente da nossa instituição. Obs.: onde foi falado “menos vulneráveis” é “mais vulneráveis”.

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