Sistema da dívida aumenta as desigualdades sociais no Brasil, afirma Maria Lucia Fattorelli

Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida participou da live do Sintietfal

A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, foi a convidada especial da live do Sintietfal, realizada no dia 18 de novembro, com o tema “A Dívida Pública e o Sistema Financeiro: vetores das graves desigualdades sociais no Brasil”.

Em sua fala, Fattorelli apresentou que a dívida pública tem aumentado a desigualdade social no país, desviando recursos das áreas sociais para os bancos e detentores da dívida. Em vez de aportar recursos, ela opera como um “ralo”. “Ao invés de instrumento de financiamento dos Estados, funciona como mecanismo de subtração de recursos públicos que são direcionados principalmente aos bancos e às grandes corporações”, expressou a coordenadora.

O “Sistema da Dívida”, explica Fattorelli, orienta todo o funcionamento do modelo econômico do país, no qual o gasto prioritário é a dívida. As medidas econômicas adotadas são todas voltadas para atender a esse pagamento, como por exemplo, a EC 95. Atualmente, a dívida interna federal brasileira já ultrapassa R$ 6 trilhões e não para de crescer.

Todo ano, cerca de 40% do orçamento federal corresponde a gastos financeiros com a dívida pública. O projeto de lei orçamentária para 2021 separa 53% de todos os gastos para ela. De 1995 a 2015 foi produzido R$ 1 Trilhão de Superávit Primário. Apesar disso, a dívida interna federal aumentou de R$86 bilhões para quase R$4 trilhões no mesmo período.

Com todo esse dinheiro sendo destinado ao “Sistema da Dívida” surgem grandes consequências para a sociedade, principalmente aos menos favorecidos, como o “Teto de gastos” destinado somente para estrutura de Estado e serviços prestados à população. Além de outros Projetos de Emenda Constitucional, como a PEC 186, que submete os direitos sociais ao pagamento da dívida; a PEC 32, Lei Complementar 159/2017, com desonerações danosas ao financiamento da Seguridade Social, PEC 438; PEC 106, que compra de ativos privados pelo Banco Central sem limite; Bolsa Banqueiro sem limite e as Reformas Trabalhista, da Previdência e Administrativa.

A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida afirmou também que para justificar esse sistema, existem várias engrenagens agindo por trás: políticos que são financiados por bancos e são quem aprovam as Emendas; a própria mídia, que não toca no assunto; além do BIS (Bank for International Settlements), conhecido como o Banco Central dos Bancos Centrais, a cabeça desse sistema.

Por fim, Maria Lucia Fattorelli falou da importância de uma auditoria da dívida e da luta que a auditoria cidadã vem travando. “Nós temos que conhecer a realidade, como funciona esse modelo econômico errado aqui no Brasil, essa política monetária suicida, o sistema da dívida. Organizar uma mobilização social consciente, nesse momento, especialmente, para repudiar a PEC 32, a PEC 186, projetos 3877, PLP 19, PLP 112 e participar da campanha. ‘É hora de virar o jogo’”, concluiu Fattorelli.

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