Após dois anos e muita luta, reitor eleito é empossado no Cefet-RJ

A democracia venceu no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Eleito em abril de 2019, o professor Maurício Saldanha Motta foi finalmente nomeado diretor-geral da instituição, com mandato de quatro anos. Sua nomeação está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 25 de março, por meio da portaria nº 165.

A luta pela posse teve início em agosto de 2019, quando o governo Bolsonaro não aceitou o resultado das eleições e nomeou o interventor Maurício Aires Vieira para exercer o cargo de diretor-geral interino. No dia 19 de agosto, primeiro dia de exercício do diretor biônico, os/as estudantes ocuparam Centro de Educação e expulsaram Aires com vaias e palavras de ordem, num ato de resistência democrática.

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No dia 24 de outubro do mesmo ano, um novo interventor foi nomeado pelo MEC, Marcelo Nogueira, que até então era o vice-diretor geral. O desrespeito ao processo eleitoral foi novamente rechaçado pela comunidade acadêmica.

A luta também ocorreu no âmbito judicial, pois, diferentemente das Universidades Federais, na Rede de Ensino Profissional e Tecnológico não existe lista tríplice e o presidente deve nomear o mais votado na consulta à comunidade acadêmica. Em agosto de 2020, uma decisão liminar determinou a nomeação de Maurício Motta, mas foi derrubada em seguida, após recurso da AGU.

“Desde que o diretor-geral eleito foi impedido de ser empossado no cargo, quando o MEC interveio na direção geral, o clima no Cefet-RJ ficou insustentável. Uma verdadeira dança das cadeiras ocorreu, rendendo numerosos assédios e perseguições. Houve má gestão de recursos e verbas consideráveis não foram utilizadas”, afirmou o coordenador geral do Sindicefet-RJ, Leonardo Carretta.

Em dezembro de 2020, Maurício Motta e demais gestores eleitos e não empossados, estiveram em Brasília-DF para defender a democracia na Rede Federal e exigir as nomeações dos escolhidos pelas comunidades escolares. Ainda em 2020, José Arnóbio foi nomeado reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Em março de 2021, após dois anos da eleição e de muita luta, o governo Bolsonaro aceita a derrota e nomeia Motta como diretor-geral do Cefet-RJ.

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“Hoje o que celebramos não é o ‘fim dos problemas institucionais’, mas sim a vitória da democracia, uma importante vitória sobre um governo genocida que já ceifou 300 mil vidas só com a COVID-19. A resistência contra a intervenção no Cefet-RJ valeu a pena”, celebra o dirigente sindical.

A luta em defesa da democracia na Rede Federal ainda não foi vitoriosa como um todo. O Instituto Federal de Santa Catarina ainda enfrenta intervenção do MEC e a comunidade luta, desde abril de 2020, para empossar o reitor eleito: Maurício Gariba Júnior.

“Deixo aqui também meus votos de força para os companheiros do IFSC que ainda estão sob intervenção. Com muita luta e resistência derrotaremos esses fascistas que estão no governo”, conclui Carretta.

 

Com informações: Sinasefe Nacional

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