Assembleia Geral referenda reajuste anual da Unimed e delibera campanha em defesa da qualificação
Ação dos 49,13% também foi pautada na AGE
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do Sintietfal, realizada nesta quarta-feira, 28 de abril, deliberou por encerrar a negociação com a Unimed sobre o reajuste anual do plano de saúde, com a aceitação do percentual de 3%, e por realizar uma campanha em defesa da qualificação no Ifal.
Além dos pontos já previstos na pauta, a assembleia debateu também o corte salarial da ação dos 49,13%, definindo pela solicitação de uma nova audiência com a reitoria. A AGE foi realizada de forma virtual, pelo google meet, e foi unânime em suas decisões.
Incentivo à qualificação
Devido ao descaso do Ifal com a liberação de servidores/as para pós-graduação, o Sintietfal decidiu lançar uma campanha de sensibilização demonstrando a importância da qualificação dos/as servidores/as públicos para a prestação de melhores serviços à sociedade.
A campanha pretende pressionar o Ifal para agilizar o afastamento dos/as servidores/as aprovados/as no Edital nº 11/2020/PRPPI/IFAL, que teve o prazo de afastamento suspenso no dia 27 de abril.
Em reunião com a reitoria, o Sintietfal defendeu a criação de uma comissão envolvendo servidores/as de diversos campi, indicados pela gestão e pelo sindicato, para realizar uma força-tarefa e zerar os processos de contratação de substitutos.
“Os/as servidores/as já eram para estar afastados/as de seus trabalhos e se dedicando aos estudos de forma integral, entretanto não houve contratação de substitutos/as para isso e teve servidor/a esperando por mais de um ano para que isso acontecesse. Não podemos culpar um setor, isso é falta de gestão. E, por isso, nos colocamos à disposição para criar uma comissão e fazer o que for preciso para não continuar esse descaso no Ifal”, afirmou Yuri Buarque, secretário-geral do Sintietfal.
Além da campanha de sensibilização e do chamado aos gestores do Ifal para a construção dessa força-tarefa, o Sintietfal estuda juridicamente soluções para obrigar a reitoria a cumprir com o afastamento dos/as servidores/as, previsto em lei.
+++ Servidores/as relatam descaso do Ifal com política de qualificação
“Queria iniciar agradecendo a movimentação dos companheiros do Sintietfal, que leu conosco o processo, acompanhou todos os editais e está nos ajudando a resolver essa situação, caso seja necessário juridicamente. Agradecer também à reportagem excelente. Acredito que só tivemos a nossa reunião sobre afastamento com a reitoria por causa dessa reportagem. Muitas coisas que aconteceram na reunião, foram respondendo aos pontos dela”, disse o servidor Ednilson Matias.
Unimed
A negociação entre o Sintietfal e a Unimed do reajuste de 2021 foi finalizada e o percentual de 3% encaminhado para a Agência Nacional de Saúde (ANS). Esse é o menor reajuste no plano de saúde já conquistado pelo Sintietfal.
Em anos anteriores, os reajustes eram sempre na casa de dois dígitos, chegando ao ápice em 2017, 2018 e 2019, quando o pedido inicial era superior a 50%. À época, a Unimed alegava que o plano de saúde dos/as sindicalizados/as ao Sintietfal era inviável financeiramente para a empresa e as negociações aconteciam sempre sob o risco de cancelamento do convênio.
Após a mudança realizada em 2019, com a contratação da G2C para gerenciar o plano de saúde e a abertura para novas vidas, as condições de negociação mudaram e a sinistralidade anualmente vem alcançando reduções significativas.
Em 2020, com o início da pandemia e sem o avanço das negociações entre as partes, a Unimed, que pediu inicialmente 21,38%, decidiu unilateralmente o reajuste em 13,7%. Em processo judicial, o sindicato reivindicou o percentual como abusivo e solicitou à justiça a aplicação do percentual da ANS para planos individuais, de 7,35%. O processo encontra-se parado sem nem ter tido a audiência inicial de conciliação.
Este ano, o Sintietfal levou para a mesa de negociação a proposta de reajuste zero, enquanto a Unimed pedia 8,4%. Sem acordo inicial, a Unimed ameaçou implantar o reajuste e deixar o Sintietfal recorrer novamente na justiça.
“Nós iriamos pagar agora 8% em cima dos preços que a gente já tá pagando. Era 13% do ano anterior e mais 8% de agora. Segundo nosso advogado, a disputa judicial sobre reajuste de plano de saúde não tem precedente favorável e nem se sabe o dia que será julgado. Nesse caso, eu dei a proposta dos três porque a Unimed estava irredutível”, explicou Hugo Brandão, presidente do Sintietfal, como se deu a negociação entre a comissão e a empresa.
Para celebrar a negociação, Unimed propôs a retirada do processo de 2020 e, em troca, cederia o reajuste de 3%, valor inferior ao índice fixado pela ANS, de 8,14%. O acordo foi fechado com a comissão de servidores/as nomeada em Assembleia para a negociação.
Ação dos 49,13%
Novamente pautada por servidores/as atingidos/as pelo corte salarial, a assembleia do Sintietfal debateu também sobre a ação dos 49,13%. “Antes de tudo eu queria me solidarizar. O Sintietfal defende veementemente a manutenção das rubricas conquistadas pelos/as servidores/as. Depois de tantos anos de uma incorporação pecuniária de seus vencimentos receber um corte abrupto, é algo que mexe com todos nós e nos coloca em posição de intervir em tudo que estiver a nosso alcance”, disse Yuri Buarque, secretário-geral do Sintietfal.
A orientação dos/as aposentados/as e do advogado da ação é que o Sintietfal não busque a Justiça Federal, porque o precedente é negativo, e aguarde a decisão da Justiça do Trabalho sobre o recurso já apresentado.
Do ponto de vista administrativo, o Sintietfal fez reunião com a reitoria e defendeu que a gestão aceitasse o processo até o grau de recurso, como manda a lei, e não procedesse com o corte até serem esgotadas todas as instâncias recursais.
O Ifal, entretanto, permanece com a postura de admitir o processo só até a defesa. A assembleia definiu por solicitar uma nova reunião com a reitoria, com a presença, dessa vez, de uma comissão de servidores/as atingidos/as pelo corte, para que se faça nova cobrança de que o processo do Ifal vá até ao grau de recurso e, ao menos, protele ao máximo o corte salarial da categoria.