Nota do Sintietfal: Em defesa da vida e da educação de qualidade

O Brasil já ultrapassou a marca de 2 milhões de casos confirmados de Covid-19, e até domingo, 19 de julho, chegou perto dos 80 mil mortos. Em Alagoas, são cerca de 1400 mortos pelo novo coronavírus. Parte desses que se foram são pais, mães, filhas/os, irmãs/ãos, estudantes e servidoras/es do Instituto Federal de Alagoas.

Esse genocídio do povo brasileiro foi alcançado graças, sobretudo, à política do governo Bolsonaro, que nunca priorizou a vida, mas sim uma tentativa de “salvar a economia”. Em cinco meses de pandemia, zombou dos mortos, não acatou as orientações da OMS, não fez testagem em massa da população e até não se importa em não ter Ministro da Saúde em plena pandemia.

Diante dessa situação, a quarentena, que poderia ter sido menor, já ultrapassa quatro meses e faz com a educação também seja duramente afetada com o comprometimento do calendário letivo e o processo de ensino-aprendizagem.

Na rede particular, onde a educação muitas vezes é tratada apenas como mercadoria, diante da ameaça à manutenção dos lucros, com baixa adesão ao ensino remoto, desistência de parcela dos alunos ou imposição da redução das mensalidades, já se cogita o retorno ao ensino presencial.

Nas redes públicas, com exceção da rede federal, governadoras/es e prefeitas/os impuseram a educação remota e também discutem formas de retomar imediatamente a educação presencial, seja com rodízio de estudantes ou modelos híbridos.

Importante frisar que a Educação Federal não está parada, como alega o governo ou setores da sociedade. A Educação Federal é ensino, pesquisa e extensão. Por mais que as aulas não estejam ocorrendo, os Institutos e as Universidade Federais têm desenvolvido pesquisas e atividades de extensão de grandioso valor no combate à Covid-19.

No Ifal, a discussão sobre o ensino presencial também avança, mas de forma coletiva e bem discutida, com a participação de todos os segmentos. Os grupos de trabalho (GTs), montados no Ifal para o retorno ao ensino presencial, ao contrário da visão mercadológica da educação, tem priorizado a vida.

Já quanto ao ensino remoto, outro tema de bastante complexidade, as redes privadas e públicas que adotaram a toque de caixa tal modalidade de ensino sofrem com condições precárias para a adaptação ao novo modelo. Em geral, enfrentam problemas de inclusão digital, acesso à internet de qualidade e falta de capacitação docente. Resulta disso, um desinteresse dos estudantes pela educação, um privilégio daqueles que contam com equipamentos de melhor qualidade e um adoecimento psíquico dos envolvidos.

O Sintietfal defende que a educação tem que ser de qualidade e acessível para todas/os. Nesse momento de pandemia, mais do que pressa em concluir calendário escolar, o mais importante é não aumentar as desigualdades educacionais e o privilégio dos estudantes abastados. Nenhum aluno nosso deve ficar para trás, educação pública é um direito e precisa ser defendida por todas/os nós.

Maceió, 20 de julho de 2020

 

Sintietfal (Comissão eleita na Assembleia Geral)

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