3º Encontro de Mulheres chega ao fim levantando reflexões e chamado à luta

 

Chegou ao fim no domingo, 21 de agosto, o 3º Encontro de Mulheres do Sinasefe. O evento debateu assédio, violência, maternidade, carreiras, condições de trabalho, feminismo, como também a defesa da democracia. O encontro reuniu mais de 500 mulheres durante quatro dias em Fortaleza – CE.

As mulheres do Sintietfal marcaram presença no evento, por meio de Elaine Lima, a vice-presidenta do sindicato, Anny Barros, secretária-geral, Ana Lady, diretora de comunicação e Anna Beatriz, diretora de políticas associativas, e das representantes da base Elizabete Patriota e Andrea Moraes.

A conferência de abertura e o evento como um todo teve como tema “As mulheres vão derrotar o fascismo: pela vida de todas as mulheres e em defesa dos serviços públicos”. Para a vice-presidenta do sindicato, Elaine Lima, “esse é um tema fundamental em um país onde a violência contra mulher se intensifica diariamente como projeto de um governo que objetiva acabar com os direitos alcançados pelas mulheres trabalhadoras e intensifica, cada vez mais, a exploração a qual, principalmente, a mulher negra e a mulher trans, são submetidas”.

Lima reforça que o fascismo precisa ser combatido para além das urnas: “Derrotaremos o fascismo numa luta constante e cotidiana contra o fim dos direitos sociais e por uma sociedade justa. Por isso, fortalecer as mulheres e incentivá-las a ocupar espaço na política, assim como, discutir uma educação que as emancipe de todas as formas de opressão é tarefa inadiável de um sindicato comprometido com a pauta do(a)s trabalhadore(a)s”, completou.

A cada manhã, centenas de mulheres se revezavam ao microfone debatendo sobre questões de gênero, machismo e o patriarcado, a luta feminista e o combate à violência contra as mulheres.

“Enquanto nós não nos irresignarmos contra todas as injustiças que são praticadas contra qualquer pessoa, nós não podemos falar em solidariedade, nós não podemos falar em justiça, nós não podemos falar em igualdade. Enquanto houver um injustiçado, haverá motivo de sobra para a indignação de nós todas”, afirmou Elizabete Patriota, pedagoga do IFAL, durante a mesa com temática LGBTQIA+ e pautas antirracistas.

A diretora do Sintietfal, Ana Lady, foi coordenadora do GT (grupo de trabalho) “Mulheres na Rede Federal de Ensino: Condições de trabalho e aposentadoria, carreiras, maternagem e os assédios como política de gestão”.

“Esse grupo de trabalho, por ter cinco temas muito importantes numa única reunião, trouxe dezenas de angústias e denúncias das servidoras presentes. Como a invisibilidade das aposentadas que reclamam ser chamadas de ‘inativas’, dando a entender que se tornaram inúteis; as servidoras civis que trabalham nas escolas militares ou militarizadas que sofrem agressões em todos os níveis, censuras e não possuem liberdade de cátedra; a falta de apoio jurídico em relação aos processos de PAD que, por vezes, são objetos de perseguição política; falta de apoio psicológico a quem retorna dos afastamentos por motivos de doenças; a falta de sensibilidade das seções sindicais e dos colegas servidores e também das servidoras em chamar de ‘turismo sindical’ a ida das mães com seus filhos e filhas menores aos evento, fala que só reforça a ideia patriarcal sobre o lugar que nos querem deixar e isso deve ser combatido. E defendemos também a permanência do Sinasefinho em todos os eventos sindicais. Um grande avanço para nós, mães. Além disso, a percepção geral das mulheres desse GT, que teve o maior público de todos os GT’s, 100 mulheres, foi de que o serviço público é por vezes agressivo, adoecedor e nada acolhedor. Dessa forma, precisamos, urgentemente, refletir e agir para resolver tantas questões. Que venham mais mulheres, mais mães, mais crianças, mais aposentadas e mais colegas das escolas militares”, conclui.  Também parte da delegação do Sintietfal, a diretora do Sinasefe, Andrea Moraes, coordenou no primeiro dia a oficina “Comunicação como instrumento político para mulheres”. Durante os debates, a diretora do Sintietfal, Anny Barros, fez uso da palavra para declamar um poema.

Além dos debates, as trabalhadoras participaram ativamente da manifestação, no fim do terceiro dia. Elas foram às ruas em defesa da democracia e da educação. O “Toalhaço”, como foi chamado, saiu do hotel em direção à praia de Iracema com todas as mulheres carregando toalhas de Lula. Ao final, formaram o nome do candidato na areia.

 

Na plenária final, não houve tempo suficiente para a conclusão do encaminhamento de todos os GTs, assim a continuação e a construção da carta final serão realizados por meio de uma plenária virtual. O Pará é o estado candidato à sede do próximo Encontro de Mulheres.

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