Após repercussão negativa, diretor do Campus Arapiraca se desculpa e autoriza retirar câmeras das salas de aula

O semestre letivo do campus Arapiraca começou com uma novidade desagradável para os/as docentes: câmeras dentro das salas de aula. Após repercussão negativa, o diretor geral do campus Arapiraca, Fábio Ribeiro, explicou o motivo da instalação, pediu desculpas e informou que os equipamentos serão retirados.

“Pedimos desculpas e informamos que vamos realocar estas câmeras, retirando das salas de aula e reforçando o monitoramento dos corredores”, afirmou em nota aos/às docentes. “Vocês me conhecem, grande parte há muito tempo, e sabem bem que jamais, eu teria motivos para desrespeitá-los/las, muito pelo contrário. Cada um/a aqui sabe do zelo e do cuidado que tento ter com cada um/a. Me desculpem mais uma vez”, reforçou Ribeiro em outro trecho da nota.

As câmeras, segundo o gestor, não registram som e foram instaladas exclusivamente para o monitoramento do patrimônio, já que o Ifal retirou a vigilância armada durante o dia devido aos cortes de verbas.

A ação de gravar aulas é uma ameaça à liberdade de cátedra. Pior, toda a confusão foi gerada por ter se tratado de um ato unilateral do gestor, justamente no momento de férias da comunidade acadêmica.

“O campus errou em ter instalado as câmeras e aceitou, prontamente, a retirada do equipamento. Insistir nisso seria um atentado à liberdade de cátedra. Esse caso foi importante para que fique público e registrado que não se pode gravar aulas sem a prévia autorização do docente”, afirmou Elaine Lima, vice-presidenta do Sintietfal.

A nota publicada pelo diretor do campus ainda acende um outro alerta: a escassez de recursos humanos para cuidar do patrimônio da instituição. Hoje, o campus Arapiraca está com o contrato de agente de portaria vencido e, até que a reitoria finalize a nova contratação de agentes de portaria, o vigilante da noite é quem tem ficado durante todo o dia.

“O Sintietfal já denunciou publicamente a situação de demissões de terceirizados no Ifal para se adequar aos cortes de Bolsonaro na educação. Isso é bem preocupante e até justifica a instalação de vídeo-monitoramento do patrimônio. Mas não pode ser feito dentro das salas de aula. Para além disso, é preciso que estejamos unidos na luta contra esses cortes e por mais verbas para a educação”, acrescentou Anny Barros, secretária geral do Sintietfal.

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