Servidores/as do Ifal escolhem o nome do auditório do Sintietfal: Jarede Viana
Inauguração será este sábado às 18h30
O auditório do Sintietfal já tem nome: Jarede Viana. A escolha foi resultado da votação entre os/as sindicalizados/as realizada nesta segunda e terça-feira, dias 30 e 31 de janeiro, de forma on-line. A inauguração do espaço será realizada neste sábado, dia 4 de fevereiro às 18h30, na Rua França Morel, 136 – Centro, Maceió.
Jarede foi servidora da Escola Técnica Federal de Alagoas (hoje, Ifal) e participou da fundação da Associação dos Professores da ETFAL (APETFAL), entidade que se transformaria em 1992 no Sintietfal. A docente teve um importante papel na luta sindical dos/as professores/as também fora do Ifal, ajudando na fundação do Sinteal e atuando no Conselho Estadual de Educação. Jarede participou da luta contra a ditadura militar, na defesa dos direitos das mulheres e chegou a ser vereadora de Maceió, em 1982.
O concurso para a escolha do nome do auditório teve 18 propostas inscritas, sendo três escolhidas pela comissão julgadora como finalistas. O nome de Jarede Viana foi inscrito pelo professor de história, do campus Arapiraca, José Carlos Pessoa, e venceu com 67% dos votos. Maninha Xukuru recebeu 33% e Manoel Lisboa, 10%. 81 votos foram computados.
O Auditório Jarede Viana tem capacidade para 120 pessoas e estará aberto a partir de sábado, dia 4 de fevereiro, na sede do Sintietfal, para a realização de reuniões, assembleias, cursos e eventos.
Sobre a homenageada
Jarede Viana, professora e revolucionária*
Jarede Viana de Oliveira nasceu em Maceió, no dia 24 de outubro de 1938. Era filha de um pai comunista e de uma mãe evangélica e já na adolescência iniciou sua militância no movimento estudantil, em plena Ditadura Militar.
Cursando Pedagogia na UFAL, foi eleita, em 1968, presidenta do Diretório Acadêmico da Faculdade de Educação, quando já pertencia aos quadros da Ação Popular (AP), organização política de esquerda com origem na Igreja Católica.
Em 1973, com a prisão dos militantes do Partido Comunista Revolucionário (PCR) em Alagoas, as organizações de esquerda em Alagoas entraram na mais completa clandestinidade.
Jarede Viana soube aguardar o momento de voltar à ativa e no final dos anos 70 já estava novamente engajada nas lutas políticas, participando da Sociedade Alagoana dos Direitos Humanos e filiada ao PCdoB.
Teve participação destacada na luta pela Anistia e na organização das mulheres alagoanas.
Essa militância trouxe problemas para o seu trabalho como professora da UFAL. Não conseguiu a renovação do seu contrato e foi impedida de ser a patrona da formatura de uma turma de estudantes.
Como professora, também se engajou na luta pela reconstrução da Associação dos Professores de Alagoas (Apal), hoje Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal).
Em 1982, participou da fundação da União das Mulheres de Maceió (UMMa) e se elegeu vereadora pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Com a legalização dos partidos comunistas, em 1985, assumiu publicamente sua militância no Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Liderou o movimento contra a violência e pela instalação da Delegacia de Mulheres e do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (1985/1986).
Em sua atuação no magistério foi dirigente do Ensino Supletivo da Secretaria de Educação do Estado, professora de Educação de Jovens e Adultos do curso de Pedagogia da Ufal e supervisora da Etfal, hoje, Cefet.
Foi membro do Conselho Estadual de Educação de Alagoas por dois mandatos.
Em meados dos anos da década de 1990, se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT), onde chegou a integrar a Direção Executiva Estadual.
Assumiu a Secretaria Municipal de Promoção do Turismo (Seturma) em 2004 e coordenou a Marcha Mundial das Mulheres em Alagoas. Por seus relevantes serviços recebeu em 2006 a Comenda do Mérito Educativo de Alagoas.
Jarede Viana faleceu no dia 7 de setembro de 2008, vítima de um câncer no intestino.
*texto do site História de Alagoas