Assembleia: Servidores/as do Ifal rejeitam proposta de 7,8% de reajuste e exigem mais do governo Lula

Percentual apresentado na mesa de negociação está muito longe dos 26,78% solicitados pelo Fonasefe/Fonacate

A Assembleia Geral do Sintietfal rejeitou a proposta inicial do governo Lula de reajustar salários dos/as servidores/as públicos/as em 7,8% e o auxílio alimentação em 43%, representando R$ 200 de aumento. Para a categoria, é necessário se manter na mesa de negociação para exigir uma proposta melhor do governo.

A AGE foi realizada nesta quinta-feira, dia 2 de março, a partir das 14 horas, de forma híbrida: no auditório Jarede Viana, no Sintietfal; e virtualmente, pelo googlemeet.

“Queremos uma melhor proposta do Governo Federal, que utilize todo o recurso de R$ 11,2 bilhão previsto no Orçamento para reajustar salários, impactando igualmente nos/as ativos/as e aposentados/as, e que se arrume outra fonte para custear o reajuste dos diversos benefícios, não apenas o auxílio alimentação”, disse Yuri Buarque, presidente do Sintetfal.

+++ Mesa de Negociação: Servidores/as querem mais que 7,8% e governo promete apresentar nova proposta nesta sexta-feira, 3

Na última reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), realizada dia 28 de fevereiro, o secretário de gestão de pessoas e relação do trabalho, Sérgio Mendonça, se comprometeu a melhorar a proposta inicial do governo e torna-la pública nesta sexta-feira, dia 3 de março. A próxima rodada de negociação está prevista para o dia 7 de março.

Debate

Na Assembleia Geral do Sintietfal, houve um rico debate acerca da proposta apresentada ao governo e sobre a importância da categoria se mobilizar para exigir mais diante de sete anos de salários congelados e de ataques do governo anterior.

O professor Dácio Camerino, do campus Maragogi, defendeu reajuste inversamente proporcional ao salário. “Há uma discrepância salarial já de início da tabela e o aumento linear aumenta essa diferença. Além do que, auxílios não vão para aposentadoria e acaba que quem economiza é o governo reajustando auxílios. Eu defendo que o reajuste seja no salário e mais, pegue todo o montante disponível e divida igualmente para todos os/as servidores/as diminuindo a desigualdade salarial entre os/as servidores/as”.

O presidente do Sintietfal, Yuri Buarque, demonstrou concordância com a proposta, mas justificou que dentro da campanha unificada iniciada ainda no governo Bolsonaro, não havia espaço para defender um aumento que não fosse linear.

“Hoje, entre os 120 milhões de brasileiros que estão em insegurança alimentar, existem companheiros/as da nossa categoria, principalmente TAEs de nível A, nível B, que estão completamente endividados. Nós temos que defender dignidade para companheiros/as de nossa categoria. Não está fora do radar que haja reajuste não linear, dando reajustes maiores para quem recebe menos e reajustes menores em que recebe mais. Mas não é hora de romper a negociação já iniciada. É preciso amadurecer esse debate para os próximos anos de negociação”, justificou o sindicalista.

+++ Confira a carta do Fonasefe aos/às servidores/as federais sobre a campanha salarial

Para os/as presentes, existe um sentimento entre parte da categoria de se contentar com pouco, achando até que os sindicatos já deveriam ter aceitado a proposta inicial do governo.

“O discurso de conformismo é muito forte entre a gente. A palavra não pode ser satisfeita. Podemos usar ‘é o que tem para hoje’, mas eu não estou satisfeita. Estou indignada, porque é a indignação que move a gente. Eu quero essa sala cheia, querendo debater, querendo lutar. Estamos num discurso muito passivo. Temos que brigar mais”, disse a servidora Gisele Oliveira, do campus Penedo.

Para o sindicalista, professor Claudemir Martins, “é preciso lotar as assembleias, é preciso fazer os/as servidores/as participarem. É angustiante para quem tá à frente, para quem tá em Brasília não ver uma mobilização nas bases. É um desafio fazer nossos colegas participarem das assembleias. Não dá para avançar na luta contra o governo e a burguesia, sem lotar assembleias. É preciso chamar a todos e esse é o desafio para as próximas assembleias”.

Plena do Sinasefe

A Assembleia Geral também elegeu a representação do Sintietfal à 179ª Plenária Nacional do Sinasefe, que está marcada para esta sexta-feira, dia 3 de março, para avaliar a proposta do governo e debater os próximos passos da campanha salarial.

O tesoureiro do Sintietfal, Artur dos Anjos, e a aposentada Silvia Regina serão o delegado e a delegada representante da direção e da base, respectivamente, na Plena. Yuri Buarque, presidente do Sintietfal, participará como suplente e o aposentado Jorge Levino como observador.

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