Autoritária: Reitoria atropela decisão do Conselho Superior e cancela reunião convocada sobre as eleições no Ifal

A reunião do Conselho Superior marcada para esta quinta-feira, dia 9 de março, foi cancelada pela reitoria do Ifal de forma arbitrária. A sessão extraordinária teria como pauta única a consulta para a escolha de novo reitor e diretores/as de campi.

Na reunião do dia 3 de março, conselheiros/as debateram e encaminharam à Comissão Eleitoral Central reivindicações como a garantia de eleição presencial e secreta e a revisão do cronograma eleitoral, já que o campus Coruripe entra em recesso coletivo dia 11 de março e só retorna no dia anterior das eleições, dia 3 de abril.

+++ Confira aqui o requerimento oficializado pelo Conselheiro Felipe Olegário 

Segundo informações, obtidas na tarde desta quinta-feira, já depois do horário previsto para a reunião do Consup, a comissão decidiu acatar a mudança no calendário eleitoral. As novas datas ainda não foram publicadas oficialmente. Entretanto, não acatou a segunda demanda dos/as membros/as do conselho.

“A reunião da última sexta-feira, dia 3 de março, definiu que haveria uma nova reunião hoje (9). A única possibilidade de não ter essa reunião seria se a comissão tivesse acatado integralmente as reivindicações formuladas pelos/as conselheiros/as”, disse Yuri Buarque, presidente do Sintietfal.

Segundo o dirigente sindical, “simplesmente não houve convocatória, ninguém falou nada, chegou-se a ligar para a reitoria ontem e não tinha ninguém que pudesse responder sobre o assunto. A reitoria atropelou uma deliberação oficial do Consup, que já tinha deixado uma reunião pré-convocada para hoje”, completou Buarque.

Ainda na quarta-feira, cinco membros/as do Conselho Superior chegaram a enviar e-mail para a Secretaria dos Conselhos, cobrando a convocatória da reunião. Como resposta, a responsável do setor, afirmou que não será realizada “considerando que esta secretaria não recebeu nenhum processo de recurso para apreciação”.

A conselheira Gisele Oliveira, representante docente do Consup, entende que a reitoria não respeitou a decisão colegiada. “Foi autoritária porque foi combinado de ser convocada a reunião em caso de resposta negativa e a reitoria não convocou. A reunião extraordinária seria hoje, dia 9, visto que a campanha efetiva, oficial, começa nesta sexta-feira, dia 10”, afirmou Gisele, que entende o regimento interno do Consup como “centralizador”, já que apenas o/a presidente tem poder de convocar reunião.

Para a representante do Sintietfal no Conselho Superior, a vice-presidenta Elaine Lima, “o voto on-line não é obrigatoriamente sigiloso. Isso dá margem para assédios, porque qualquer pessoa em qualquer lugar pode votar. O que garante que servidores ou até mesmo alunos não serão coagidos à exercer seu direito ao voto sob supervisão? Esse voto deixa de ser secreto, conquista histórica para os direitos dos/as eleitores/as, e passa a ser praticamente um voto aberto. Sem garantia de sigilo”, disse a conselheira.

Como a comissão eleitoral já decidiu o adiamento do pleito, o Sintietfal espera que a reitora em exercício convoque a instância máxima da instituição para debater sobre a garantia do voto presencial e secreto.

“Enquanto ignora uma deliberação oficial da instância máxima da instituição – em desprestígio não só aos conselheiros e conselheiras democraticamente eleitos/as, mas, em última análise, a toda a comunidade acadêmica ali representada -, a reitoria está intensamente engajada em cumprir um cronograma de visitas aos campi do instituto em pleno período pré-campanha eleitoral. A reitoria itinerante, para assegurar uma maior presença da gestão central junto às unidades descentralizadas, é, sem dúvidas, uma ferramenta institucional importante, contudo, especialmente num cenário como esse, com o calendário eleitoral já em andamento, não é razoável cancelar um debate tão urgente e necessário no Conselho Superior, muito menos da forma como isso foi feito”, concluiu o presidente do Sintietfal.