Reajuste: Entidades sindicais recebem com indignação proposta do Governo e conclamam servidores/as públicos/as à luta
183ª Plena do Sinasefe avaliou possibilidade de greve e definiu remeter às bases a construção do “estado de permanente mobilização”
Centrais e entidades sindicais receberam com indignação a informação de que o Governo Federal vai reservar apenas R$ 1,5 bilhão no Orçamento de 2024 para questões relacionadas a despesas com servidores/as públicos/as. A proposta foi apresentada na 4ª reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, realizada nesta terça-feira, dia 29 de agosto.
De acordo com o que foi apresentado, se houver reajuste para os/as servidores/as públicos/as em 2024 será inferior a 1%.
“Este valor é considerado insuficiente para suprir a demanda de recomposição salarial necessária para cobrir as perdas inflacionárias enfrentadas pelo funcionalismo público. Em um cenário em que os(as) servidores(as) públicos federais, durante a última década, sofreram perdas salariais agudas, é imperativo que os reajustes recomponham os salários, para que o serviço público seja atrativo para os(as) trabalhadores(as)”, afirmou a nota à imprensa, publicada pelas entidades sindicais presentes na Mesa de Negociação.
Além de não reservar recursos no Projeto de Lei Orçamentária Anual, que será entregue ao Congresso Nacional, as entidades também denunciam que o governo não tem dado prioridade para a negociação de pautas não remuneratórias e, em particular, a ausência de qualquer manifestação a respeito da revogação do Decreto 10.620/2021 – que transferiu aposentadorias e pensões para o INSS.
“A valorização dos(as) servidores(as) públicos e a atenção às suas demandas são essenciais para um serviço público de qualidade e uma sociedade mais justa. No entanto, os dirigentes sindicais compartilham sua indignação diante da proposta de reajuste e da desconsideração das pautas não remuneratórias”, prossegue a nota.
Como forma de responder ao tratamento desrespeitoso do governo, o Fonasefe, Fonacate e 10 Centrais Sindicais convocam as categorias à luta. “Está na hora de irmos para as ruas pressionar, cobrar parlamentares e denunciar à sociedade em geral. Se preciso for, iremos construir a greve geral do funcionalismo público federal e resgatar a dignidade. Na luta sempre, em defesa do trabalhador do serviço público!”, concluiu o documento.
Sinasefe
De forma paralela, foi realizada nesta terça-feira, dia 29 de agosto, a 183ª Plena do Sinasefe em Brasília para debater sobre a campanha salarial 2024. Mais 100 dirigentes sindicais participaram da atividade, representando 47 seções sindicais. Artur dos Anjos e Izael Olveira participaram presencialmente como delegados do Sintietfal.
A Plena aprovou, por unanimidade, manter a mobilização pela Campanha Salarial 2024, para além de 31/08 e de possíveis limitações sobre o calendário de orçamento do Governo Federal. A possibilidade de uma greve foi colocada em debate, mas rejeitada neste primeiro momento. Ficou deliberado que as seções sindicais convoquem assembleias locais para aprovar o “estado de permanente mobilização”.
Além da análise sobre a rodada de negociação com o governo, a Plena do Sinasefe também aprovou a proposta de Carreiras TAE e Docente que será levada à Mesa de Negociação Setorial. A primeira reunião com o governo para debater a Carreira TAE está marcada para a próxima segunda-feira, dia 4 de setembro.
+++ Confira aqui o resumo da 183ª Plena
Ato em Brasília
Nesta quarta-feira, entidades sindicais participam do Ato Nacional dos/as Servidores/as Públicos/as Federais em Brasília por reajuste salarial, carreiras e equiparação de benefícios. Os representantes do Sintietfal seguem na Capital Federal participando ativamente das atividades da campanha salarial.