Sem diálogo, Reitoria piora ponto eletrônico para os/as servidores/as do Ifal

Categoria rejeita mudanças e pede fim do procedimento

Sem comunicado prévio ou diálogo com os/as servidores/as, a reitoria do Ifal alterou o ponto eletrônico dos/as técnicos/as administrativos/as. Apesar da pandemia e do trabalho remoto, a medida antidemocrática não passou despercebida pelos/as servidores/as, que reagiram ao fim do ponto editável.

“É um absurdo a reitoria operar um retrocesso no ponto eletrônico em meio à pandemia, sem fazer um diálogo aberto com os/as servidores/as atingidos/as, sem chamar o sindicato para uma reunião e sem passar pela CIS. Queremos o fim do ponto eletrônico no Ifal e não que ele fique ainda pior para os TAEs”, disse Yuri Buarque, diretor do Sintietfal.

As mudanças no ponto eletrônico foram debatidas na última Assembleia Geral do Sintietfal, realizada dia 25 de maio, de forma virtual. A atitude da reitoria foi amplamente reprovada pelo conjunto dos presentes.

O ponto eletrônico editável, mesmo não sendo o modelo ideal, é uma alternativa acordada pela Reitoria junto aos TAEs, resultante da intensa luta da categoria, desde o ano de 2015. Esse formato de ponto foi amplamente debatido e negociado com a gestão anterior. “Retirar numa canetada representa um grande retrocesso e, principalmente, uma ruptura nesse diálogo construído ao longo dos anos entre a gestão, sindicato e CIS”, completou Buarque.

A Comissão Interna de Supervisão da carreira dos TAEs no Ifal (CIS), em ofício à reitoria, datado de 24 de outubro de 2019, aponta o controle eletrônico de frequência como um ato discriminatório para com os/as técnicos/as, já que na mesma instituição há dois instrumentos diferenciados para o registro de ponto de seus/suas servidores/as. A defesa do Sintietfal é que não haja ponto eletrônico nem para os TAEs, nem para os/as docentes, porque tal ferramenta é incompatível com a própria realidade do Ifal, enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão.

“Acreditamos que o ponto eletrônico não é um instrumento eficaz para a educação. Não somos trabalhadores/as mecânicos/as e, em geral, levamos muitas atividades para casa e que não tem como mensurá-las por essa ferramenta, sem falar que não há para nós, servidores/as públicos/as, pagamento de hora-extra”, disse Elaine Lima, vice-presidenta do Sintietfal.

Embora a reivindicação da categoria seja pelo fim do ponto eletrônico, a postura do governo federal vem na contramão, querendo que o ponto não apenas avance contra os TAEs, como também para os/as docentes.

“O ponto eletrônico está em discussão também para os/as docentes/as, visto que o item 9.4 da portaria 983/20 MEC prevê que […] o acompanhamento das atividades de aulas […] deverá ser obrigatoriamente por meio de registro eletrônico de frequência. “Estou na comissão que está reescrevendo a resolução 26 no Ifal e já propus que esse acompanhamento eletrônico seja o Sigaa, mas precisamos ficar atentos. Com relação à suspensão de edição do ponto dos/as TAEs sem aviso prévio ou qualquer debate, considero atitude desrespeitosa e prejudicial à categoria”, afirmou o professor Ederson Matsumoto, representante docente do Conselho Superior do Ifal.

A assembleia de servidores/as decidiu solicitar uma reunião com a Reitoria para que seja debatida e modificada a decisão tomada pelo Reitor, embora a informação disseminada seja a de que a mudança foi aprovada pelo Colégio de Dirigentes, órgão que tem caráter consultivo (e não deliberativo), e que é ocupado por docentes, praticamente em sua totalidade.

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