Documentário “A Braskem passou por aqui: A catástrofe de Maceió” será lançado no dia 5 de agosto

Sintitefal apoia mais um projeto do cineasta ativista Carlos Pronzato

O cineasta ativista Carlos Pronzato lançará na próxima quinta-feira, 5 de agosto, o documentário “A Braskem passou por aqui: A catástrofe de Maceió”. O evento de lançamento terá duas sessões presenciais às 18h e 20h, na Igreja Batista do Pinheiro, localizada na rua Miguel Palmeira, 1300, no bairro do Pinheiro, em Maceió. A obra, que contou com o apoio do Sintietfal e outras entidades, também estará disponível no canal do YouTube de Pronzato. Acesse seu canal aqui.

O documentário relata o drama das vítimas e o silêncio das autoridades responsáveis pelas rachaduras e afundamentos no solo, que atingem ao menos  quatro bairros de Maceió. A catástrofe resultou em mais de 15 mil residências destruídas em 250 hectares e mais de 65 mil moradores expulsos.

A tragédia foi observada após um tremor de terra ocorrido em fevereiro de 2018 no bairro do Pinheiro, onde surgiram as primeiras rachaduras. Contudo, após um ano, outros bairros apresentaram o mesmo problema, como o Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Ao estudar as razões do problema, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) identificou que a extração de sal-gema, feita durante quatro décadas pela Braskem, sem a fiscalização das autoridades públicas, foi a causa do desastre.

Toda essa destruição ocasionada pela ganância da Braskem está registrada sob a visão do cineasta. Ao longo da construção do documentário, Pronzato conta o quanto se impressionou ao ver inúmeros imóveis desocupados.

” É impactante ver as rachaduras. É impressionante. Conseguimos driblar os tapumes para entrar nos imóveis. Não conseguimos entrar nas minas. É impressionante. E a noite piora, porque não conseguimos fazer entrevistas.
Durante os percursos encontramos uma cidade perdida. Apenas da compensação da Braskem, os moradores perdem sua história. Teve gente que nasceu no local e perdeu tudo, é muito triste. Isso por causa da negligência de uma empresa, pois tinham tudo para prever a tragédia. Nunca tinha visto algo do tipo”, afirmou o cineasta ao se deparar com uma “cidade perdida, um cenário de guerra”.

Cineasta ativista

Argentino, nascido no final da década de 50, Carlos Pronzato, escritor, cineasta, teatrólogo e ativista, é residente no Brasil há mais de 30 anos. Pronzato, iniciou sua carreira de cineasta em 99 e, desde lá, possui uma longa lista de filmes e documentários que exploram, dentre outros, situações e dramas brasileiros.

Ao longo de sua trajetória, o cineasta coleciona diversos prêmios sobre temas distintos, como do Conselho Latino-Americano de Ciências sociais, em 2008; O “Roberto Rossellini”, em 2008 na Itália; e “Liberdade de Imprensa”, pelo Jornal Tribuna da Imprensa Sindical, em 2017, no Rio de Janeiro.

O Sintietfal apoiou a construção não somente desta obra, mas também de outros projetos de Pronzato, como “Piñera: La guerra contra Chile”,  sobre os protestos que ocorreram em 2019 contra as políticas neoliberais do presidente Sebastián Piñera, e “Padre Júlio Lancelotti, fé e rebeldia”, que mostra o trabalho desenvolvido pelo padre junto às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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