Servidores/as do Ifal aprovam deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de abril

Assembleia histórica contou com mais de 450 presentes

Com mais de 450 participantes (entre servidores/as e estudantes), docentes e TAEs do Ifal deliberaram pela adesão à greve nacional do Sinasefe, com início no dia 3 de abril. A greve por tempo indeterminado reivindica mais investimentos para a educação federal, a valorização dos/as servidores/as e a revogação de medidas contrárias ao serviço público.

A decisão foi tomada em Assembleia Geral com 238 votos favoráveis, 35 contrários e 12 abstenções, realizada na última quarta-feira, dia 27 de março, de forma híbrida: presencial, de forma simultânea, nos campi Maceió, Coruripe, Santana do Ipanema e Piranhas; e de forma virtual pela plataforma google meet.

O início efetivo da greve será marcado por uma mobilização às 6h30 na porta do campus Maceió e às 9h na reitoria do Ifal. “Essa será uma greve de fortes mobilizações, de intensa luta em defesa das nossas pautas e de nossas reivindicações, e será uma greve unificada, servidores/as da ativa, aposentados/as e estudantes, erguendo juntos/as a bandeira da valorização da educação pública federal”, afirmou o presidente do Sintietfal, Yuri Buarque, convocando toda categoria para paralisar as atividades e participar do ato no dia 3 de abril.

A greve do Sinasefe envolve docentes e TAEs dos Institutos Federais, Cefets e do Colégio Pedro II, dentre outras instituições, e tem como pauta a reposição salarial, a reestruturação das carreiras, a recomposição orçamentária das IFEs, a revogação do Novo Ensino Médio e de outras medidas contrárias ao serviço público, como o Decreto nº 10.620/21, que transfere as aposentadorias e pensões para o INSS.

“Nossa greve não é contra o governo, é a favor da educação. Esse é um governo em disputa. Se não apresentarmos nossa pauta, Arthur Lira vai apresentar a deles. Nossa greve vai ajudar a mudar os posicionamentos que o governo vem tomando. A greve é, inclusive, necessária para defender a permanência dos estudantes”, afirmou Michel Pordeus, professor do campus Maceió.

Servidores/as de Coruripe participaram telepresencialmente

Os/as estudantes também compareceram à Assembleia e defenderam a importância da greve pautar a luta em defesa da educação e, em específico, da assistência estudantil.

“É possível que haja prejuízo no calendário letivo, mas temos que entender que são pautas extremamente necessárias. Estamos com a situação pior a cada ano, com orçamento que tem diminuído. Daqui a pouco, vamos estar desligando os aparelhos de ar condicionado porque não teremos orçamento para estar pagando. Os/as estudantes têm que estar em apoio e construindo juntos; quanto mais apoio e mais participação dos/as estudantes, mais rápida será essa greve, porque será notada pelo governo. Nossa reivindicação nesta greve precisa ser a garantia da assistência estudantil”, afirmou Gustavo Henrique, presidente do Grêmio do Ifal Maceió e diretor da Fenet.

A reivindicação de retorno das aposentadorias e pensões para o Ifal também estará em tônica nesta greve, já que o atual governo se comprometeu, mas não desfez a maldade do governo Bolsonaro, implantada pelo Reitor Carlos Guedes.

Demais deliberações

A Assembleia Geral aprovou a construção do comando de greve no Ifal, com a participação de servidores/as (ativos/as e aposentados/as) e estudantes, como forma de garantir a voz estudantil nos rumos da greve.

Aprovou ainda a participação da representação do Sintietfal na 188ª Plena do Sinasefe, que referendou a greve para ser iniciada no dia 3 de março. Yuri Buarque foi o delegado da direção nesse fórum; Andréa Moraes, a delegada da base; e Alexandre Bastos, observador.

Quanto ao comunicado de deflagração da greve ao Governo Federal, foi emitido pelo Sinasefe ainda na quinta-feira, dia 28 de março, enviado também ao Conif e já protocolado, localmente, junto à Reitoria do Ifal, solicitando, ademais, que o Reitor receba o Comando de Greve para uma primeira reunião no próprio dia 3, em respeito à decisão da categoria em Assembleia Geral, para o início das tratativas sobre a pauta de reivindicações locais e sobre a construção do acordo de reposição, evitando a implementação de restrições ou retaliação de qualquer natureza aos/às servidores/as que aderirem ao movimento paredista.

O comando estadual de greve também já divulgou o calendário de ações, para esta segunda e terça-feiras, datas que antecedem o começo da greve, envolvendo reunião tira-dúvidas, participação em atos públicos e assembleias municipais para aumentar ainda mais a mobilização e eleger os comandos locais de greve.

Agenda
1º de abril:
10h – Reunião com servidores/as do Campus Satuba
13h30 – Reunião virtual “tira-dúvidas” com servidores/as e comandos de greve
15h – Ato público “Ditadura Nunca Mais” – Praça Montepio (Sede histórica do OAB)
19h30 – Reunião da diretoria do Sintietfal

2 de abril:
10h – Reunião com servidores/as na Reitoria
14h – Assembleia Municipal em Penedo
15h30 – Assembleia Municipal em Murici
15h30 – Reunião com servidores/as do Campus Arapiraca
19h – Reunião com servidores/as do Campus Coruripe

3 de abril – Início da greve
6h30 – Café com mobilização no campus Maceió
9h – Ato na reitoria

2 Comentários em “Servidores/as do Ifal aprovam deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de abril

José de Araujo Costa
2 de abril de 2024 em 05:29

Todo apoio à greve do IFAL. Viver é lutar…e vencer. ” A vitória será de todos, mas o mérito é dos que lutam!

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Abel Coelho
2 de abril de 2024 em 10:09

Marechal Deodoro – AL, 02 de abril de 2024.
Declaração de apoio a greve.
Considerando a redução dos recursos recebidos pela Rede EPT e pelas UFs, causada por governos anteriores e ainda não reparada pelo atual governo;
Considerando os prejuízos que a redução do orçamento dos IFs e UFs tem causado na qualidade do ensino e nas ações e projetos de pesquisa e extensão, reduzindo inclusive as possibilidades de ações sociais através de bolsas nas diferentes modalidades de auxílio e bolsas de pesquisa e extensão;
Considerando a inconstitucional redução de nosso salário, causada pela inflação dos últimos 10 anos, que tarda em ser recomposto;
Considerando a necessidade inadiável de maior valorização da carreira dos Técnicos em Assuntos Educacionais;
Eu, Abel Coelho, docente no IFAL, participei da assembleia de 27 de março realizada pelo Sintietfal, votei a favor da greve e declaro apoio a atual Greve Nacional da Educação.

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