Por que Bolsonaro foi o único presidente que não conseguiu a reeleição no Brasil?
Sintietfal selecionou 5 motivos que explicam a derrota do chefe do executivo
Do sucateamento da educação à volta ao mapa da fome. Bolsonaro fez de tudo para prejudicar a população nos últimos quatro anos e, por isso, no último domingo, 30 de outubro, perdeu as eleições para o candidato Lula (PT) com recorde de votação: 60 milhões dos votos válidos.
Desde que foi instituída a reeleição, todos/as os/as presidentes/as conseguiram manter-se em um segundo mandato. Bolsonaro foi o primeiro que falhou nessa missão.
Com o controle da máquina pública em suas mãos, tentou de tudo: subiu de 14 para 20 milhões de beneficiários do auxílio-brasil e elevou o valor para R$ 600; pagou 5 parcelas de R$ 1000 para 500 mil caminhoneiros e taxistas; gastou bilhões com o orçamento secreto, comprando votos de prefeitos/as e deputados/as; sem falar do uso da Polícia Rodoviária Federal para realizar operação ilegal.
Entre inúmeros motivos, o Sintietfal elencou cinco explicações porque Bolsonaro foi o único a não conseguir se reeleger no Brasil. Confira a lista.
Motivo 5 – Inimigo número um da educação
Na gestão Bolsonaro, a educação foi número um… no ranking de retrocesso. Cortes no orçamento, troca de ministros, casos de corrupção, xingamentos à comunidade acadêmica, desprezo à ciência foram algumas dos feitos do presidente pela área.
Em números, a verba destinada por Bolsonaro para a educação caiu ano pós ano. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em 2019, foram destinados R$ 126,6 bilhões, caindo para R$ 118,5 bilhões em 2020, e chegando em R$ 118,4 bilhões em 2021. Os números são menores que em 2012 (R$ 121,2 bilhões), 10 anos atrás. Isso fora os cortes de verbas. Nem durante o período eleitoral, Bolsonaro deixou de tirar R$ 1 bilhão do MEC, sendo obrigado a recuar na semana seguinte.
Quanto à corrupção, até agora, foi onde mais houve escândalo: compra de ônibus escolares superfaturados, kits de robótica de R$ 2,7 mil vendidos ao governo por R$ 14 mil cada, barras de ouro em troca de recursos do FNDE e gabinete paralelo com pastores.
Motivo 4 – O meio ambiente
Bolsonaro foi um câncer para o planeta. Em agosto 2019, manchas de óleo começaram a aparecer no litoral brasileiro e o presidente manteve sua inação. Criticou as reservas indígenas, dizendo que atrapalhavam o desenvolvimento do país. Desmantelou a FUNAI, o ICMBio, ONGs de proteção, conselhos e políticas de defesa do meio ambiente. Deixou a mineração e o garimpo ilegal aumentarem. Fora as queimadas e desmatamento, que só na Amazônia subiu em 70%.
De acordo com a revista Environmental Conservation, uma das mais renomadas revistas em questão ambiental no mundo, o governo Bolsonaro “foi a culminação de um processo de flexibilização das leis de desmatamento e mineração”.
Motivo 3 – Misoginia e preconceito
Bolsonaro odeia as mulheres, negros/as, nordestinos/as e LGBTQIA+. Em seu governo, cresceu a violência de gênero, a transfobia, a xenofobia e os crimes raciais. Além do preconceito, o orçamento para políticas voltadas à defesa das minorias têm caído ano pós ano.
A Lei Orçamentária Anual de 2023 sufocou quase todos os programas que as amparam e as auxiliam no combate à desigualdade de gênero. Em números reais, 47 das 79 ações orçamentárias citadas no Orçamento da Mulher foram atingidas com a diminuição de recursos. Os cortes nos programas chegam até 99% do que foi reservado inicialmente em 2022, expondo matematicamente o desdém desse governo com ações de proteção para as mulheres, que somam a maior parte da população brasileira.
Além disso, fez piada com estupro, convidou estrangeiros a fazer sexo com brasileiras e, entre outros tantos, disse que “pintou um clima” entre ele e meninas de 14 anos.
Motivo 2 – A fome disparou
Após oito anos fora do mapa da fome, o Brasil voltou ao ranking na gestão Bolsonaro. Com o preço dos alimentos nas alturas, mais de 61 milhões de brasileiros passaram a viver com algum tipo de insegurança alimentar, segundo o levantamento da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO). São três a cada dez pessoas em um país com mais de 200 milhões de habitantes. Desse total, 15,4 milhões enfrentam uma insegurança alimentar grave. Ou seja, passam fome, chegando a ficar sem nenhum alimento por um dia ou mais.
Motivo 1 – 700 mil mortos
Durante a pandemia do Covid-19, houve descaso com a doença que ceifou famílias, foi chamada de “gripezinha” pelo presidente. As recomendações internacionais de combate ao vírus foram tratadas como “mimimi”, ofertas de vacinas foram ignoradas e o governo só pensava em ganhar 1 dólar por dose.
Resultado, o Brasil é, proporcionalmente, o lugar em que a Covid-19 mais matou. Bolsonaro carrega a culpa de desdenhar do vírus, fazer propaganda de remédio ineficaz, atrasar e permitir corrupção na compra da vacina.
O legado que o falso messias deixa são cerca de 700 mil mortos, ódio e preconceito, educação desvalorizada, um país faminto e a Amazônia em chamas. Bolsonaro fracassou não somente nas eleições, mas como governante de um país, como cidadão, e, acima de tudo, como humano.
valmiro da paixao ferreira
20 de julho de 2023 em 12:11Era de se esperar de um pernoche, fanfarrão e inconsequente. E ficou provado e explícito que a maioria dos brasileiros tem consciência e formação política prá não embarcar numa canoa furada ‼️